MUITO MAIS DO QUE AS LINHAS QUE DELIMITAM O CAMPO

quinta-feira, 24 de maio de 2012

SANGUE, SUOR E MUITA HISTÓRIA



Eu acho interessante o fenômeno esportivo. Grande parte dos esporte que acompanhamos tem origem britânica, pois foi onde definiram regras, adaptaram modalidades e formataram boa parte do que conhecemos.
Entretanto, não é a Inglaterra o país do futebol e sim o Brasil. Os ingleses também não são os melhores do mundo no rugby, posto que cabe aos míticos All Blacks, a seleção neozelandesa da modalidade. No tênis temos a disputa entre Espanha e Estados Unidos como celeiros, assim como no golfe, os britânicos não são mais páreos para os americanos.

Hoje o esporte da vez é o MMA (mixed martial arts), antigo vale-tudo, com eventos grandiosos e sua principal liga sendo o norte-americano UFC (Ultimate Fighting Championship). Em todas as categorias, os brasileiros estão entre os top contenders e fazem bonito dentro do octógono. São ídolos lá fora com bonecos, camisetas e se transformaram em personagens de games e documentários.

Para quem é mais novo ou acompanha há pouco tempo, pode achar que o MMA é invenção de americano, mais uma jogada de mídia para rivalizar com o boxe, entre outras coisas. Ledo engano meu caro. Seguimos um caminho diferente dos ingleses, criando algo e nos mantendo como melhores desde sempre.

O livro “Um Filho Teu Não Foge À Luta” do jornalista Felipe Awi, conta os primórdios da chegada do jiu-jitsu tradicional ao Brasil pelas mãos do Conde Koma, o qual passou os ensinamentos aos membros da família Gracie, que por sua vez colocaram o nome do Brasil no mundo das lutas através do Brazilian Jiu-Jitsu. A partir daí, a criação do Vale-Tudo foi questão de tempo, confusões, sangue e pancadaria nas rixas entre praticantes de Jiu-Jitsu e Luta Livre no Rio de Janeiro.

Interessante é ver todo o trabalho de pesquisa e entrevistas do autor mostrando todas as faces desse esporte que começou como uma guerra e hoje é regulamentado e cresce a passos largos por todo o planeta.

Devorei as 320 páginas do livro em pouco tempo, afinal de contas sou um fanático por MMA e também pela história dos esportes. Escrita muito boa, roteiro de primeira e entrevistas com os grandes responsáveis por esse fenômeno mundial. Are you ready? Let´s get it on!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

ENSINANDO JOGADORES INTELIGENTES



Depois de muito tempo (mas muito tempo mesmo!), consegui me organizar para voltar a escrever aqui. Após o fim do ano (e da faculdade também), uma série de mudanças ocorreu e uma nova caminhada começou. E foi por ela que acabei adquirindo o livro que comentarei agora.

Desde que comecei a trabalhar no futebol, percebi que os jogadores brasileiros, apesar da mágica que conseguem criar dentro de campo, são muito limitados nas questões táticas individuais e coletivas.

Crescemos com uma bola nos pés e pensamos o jogo apenas em função da bola, sem pensar em um aspecto muito importante que é a ocupação do espaço correto, tanto na parte ofensiva quanto na defensiva.

Há cerca de dois meses comecei a trabalhar como treinador e preparador físico nas equipes Sub-13, Sub-15 e Sub-18 de futebol feminino em São José dos Campos/SP, que são mantidas pela secretaria de esportes do município através do projeto “Atleta Cidadão”. Enxerguei aí a possibilidade de começar a formar atletas sem vícios de jogo e com uma visão mais global do que é o futebol.

O livro “Fundamentos Tácticos Individuales y Colectivos”, do professor Manuel Aguado é muito interessante neste aspecto por mostrar de forma clara através de ilustrações e comentários bem explicados as ações que um ou vários atletas devem realizar para que as engrenagens do jogo funcionem de maneira correta.

Além das explicações, o livro apresenta alguns exercícios que podem ser utilizados para que os atletas entendam seu papel dentro de campo, não apenas decorando o que deve ser feito, formando assim um atleta que trabalhará em função do esquema de jogo, equilibrando a equipe e desenvolvendo sua função individual de forma inteligente.